O número de mulheres na Polícia Militar da Paraíba aumentou consideravelmente nos últimos 30 anos. De 1987 pra cá, o quadro de policiais na corporação pulou de três para mais de 700 mulheres. Constatação que vem da própria instituição, que nesta semana lembrou o aniversário de três décadas das primeiras policiais do sexo feminino no Estado.
Mas conseguir a admiração e o respeito dos companheiros de profissão e da socidade não foi tarefa fácil para as primeiras mulheres a ingressar na PM no fim da década de 80. É o que recorda a Coronel Íris Oliveira, que formou-se na primeira turma e hoje é vice-deiretora do Centro de Educação da PM. Segundo ela, o começo foi marcado pela resistência cultural e pelos desafios.
“Naquela época o que nós enfrentamos foi resistências, mas uma questão cultural na verdade. A inserção de mulheres na Polícia Militar, como em muitas profissões quebra paradgimas, pautados no machismo, numa masculinidade, então havia sim uma resistência, mas esse fomos conquistando nosso espaço, resultante de um processo longo” explicou.
Para Coronel Íris, o fato das mulheres terem sido incorporadas na Polícia, juntamente com o quadro de efeitvo dos homens foi de fundamental importância para que elas pudessem demonstrar a capacidade de desenvolver as mesmas funções de um PM do sexo masculino. “Diferentemente do que ocorreu em outros estados, nós já nascemos unificados, pois em outras policias haviam um quadro feminino e outro masculino, fazendo como se existisse duas polícias em uma. Aqui não, tivemos em um período curto, uma segregação simbólica, mas logo depois acabou. Hoje nós temos mulheres em todas as áreas, seja no trânsito, nas ruas, no atendimento ao público”.
Como muitas mulheres no sociedade, a Coronel Íris Oliveira teve de conciliar os afazeres de casa com a profissão de Polícia Militar durante esses 30 anos. Mãe de três filhos e divorciada, ela lembra que enfrentou dilemas, mas garante que é possível ser bem-sucessida nas duas vertentes.
” O meu papel, como o de todas as mulheres, que sai do trabalho para pegar o filho, levar ao médico, parece fácil, mas não é. Principalmente quando a gente está no trabalho que precisava se credenciar, se qualificar. É sofrido sim, mas é possível. ” lembrou.
Apesar das conquistas vísiveis das mulheres no cenário da segurança pública do Estado, os números ainda apontam para uma luta exaustiva e longa. Atualmente a Polícia Militar da Paraíba conta com um efetivo de 10 mil policiais, sendo que apenas 700 são mulheres, ou seja, menos de 10% do total.
*Sob supervisão de Taiguara Rangel
Fonte: G1PB