O vereador Renan Maracajá (PSDC) se posicionou contra a Reforma da
Previdência, na manhã desta quarta-feira, durante pronunciamento na tribuna
da Câmara Municipal de Campina Grande. Ele disse que a proposta ignora o
aspecto humano e não foi debatida com a sociedade, colocando a
aposentadoria do brasileiro em um patamar inalcançável.
De acordo com Renan, não houve debate sequer com os representantes dos
aposentados, dos pensionistas, nem as entidades de Direito Previdenciário e
muito menos os advogados que militam na área. “O que se constata é a
propaganda oficial massificando uma proposta danosa a população brasileira,
prejudicial ao idoso por reduzir direitos, massacrar de forma desumana o
trabalhador rural, entre outros aspectos danosos”, disse.
Renan Maracajá destacou a necessidade dos vereadores ficarem alertas para
exigir um posicionamento definitivo dos deputados e senadores paraibanos.
“Esta Casa por tradição sempre esteve à frente dos grandes projetos nacionais
e hoje o que a população espera de cada um de nós é, no mínimo, coerência e
respeito aos anseios populares. Vamos ouvir as ruas, vamos abrir espaço para
os sindicatos e representantes dos trabalhadores, vamos repercutir o clamor do
povo campinense e paraibano”, disse.
O vereador disse que acredita que Câmara Municipal de Campina Grande,
mais uma vez vai colocar a sua voz em defesa do povo. “Não podemos nos
calar, diante de uma barbárie com os direitos do trabalhador e do aposentado
brasileiro. Em que mundo vivem as pessoas, que elaboraram esse texto da
proposta? Certamente em um mundo em que não se necessita da
aposentadoria ou de um benefício assistencial para ter uma vida digna. Então,
precisamos apresentar a estas pessoas a realidade brasileira e combater, de
forma legal e pacífica, todos as atrocidades desta proposta de reforma”.
Pontos negativos
De acordo com o parlamentar, na proposta do Governo Federal existe uma
série de atrocidades, que não podem ser aprovadas. Entre elas, a idade
mínima de 65 anos para homens e mulheres, a obrigatoriedade de 49 anos de
contribuição mínima para ter direito a aposentadoria integral, a possibilidade de
pensões por morte com valores abaixo do salário e a idade mínima de 70 anos
para ter direito ao Benefício De Prestação Continua (BPC-Loas), benefício
justamente de auxílio as pessoas no estado de miserabilidade. “Sâo aspectos
que em alguns casos, torna a possibilidade de acesso aos benefícios
previdenciários muito difíceis e quase impossíveis de serem alcançados”,
disse.
Como se não bastasse, Renan Maracajá lembrou a escandalosa diferença com
a qual é tratada a aposentadoria dos militares e políticos. “O contraponto
destas medidas é a exclusão dos militares do texto original reforma, além da
possibilidade de regra de transição especial para políticos. Uma verdadeira
falta de dignidade com o trabalhador e com o povo brasileiro que contribui com
o sistema previdenciário brasileiro”, disse.
Fonte: ASCOM