Seu concorrente, Fernando Haddad, tem o dobro de apoiadores.
Angélica Nunes

Foto: Divulgação/Facebook
Apesar de figurar em primeiro lugar nas pesquisas de intenções de voto do Ibope, o candidato à presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem o apoio declarado de apenas 20% da bancada federal paraibana eleita para a partir do próximo ano no Congresso Nacional. Dos 15 parlamentares da bancada federal da Paraíba – sendo 12 deputados federais e três senadores-, apenas três declararam voto em Bolsonaro.
O candidato petista, Fernando Haddad (PT), seu concorrente para a disputa no segundo turno, realizado neste domingo (28), tem o dobro de apoiadores. Em contrapartida, outros cinco parlamentares preferiram não declarar o voto e optaram em se manter neutro no confronto Bolsonaro x Haddad. Apenas o deputado reeleito Hugo Motta (PRB) não declarou o voto.
Fechados com Haddad
Fernando Haddad, mesmo pontuando em segundo lugar em todas as pesquisas, tem mais aliados na bancada federal da Paraíba. Parte do apoio é motivado pela intervenção do governador Ricardo Coutinho na campanha petista. Sem considerar o voto fechado do deputado eleito Frei Anastácio (PT), Ricardo agregou os eleitos Gervásio Maia (PSB) na Câmara Federal e de Veneziano (PSB) no Senado. Além deles, completam a lista dos deputados que são aliados do socialista e votam em Haddad os reeleitos Damião Feliciano (PDT), Wellington Roberto (PR), Wilson Santiago (PTB).
Bolsonaristas
Fechado com Bolsonaro mesmo tem o seu correligionário, Julian Lemos (PSL), eleito para um primeiro mandato na Câmara dos Deputados. Além dele, também declarou voto no presidenciável o deputado Efraim Filho (DEM), embora na esfera estadual esteja alinhado com o governador Ricardo Coutinho (PSB), que milita em prol de Fernando Haddad (PT) na Paraíba. A deputada Edna Henrique (PSDB) também deve votar em Bolsonaro, seguindo o posicionamento do esposo, o deputado João Henrique.
Em primeiro mandato na Câmara, Edna é a única da bancada tucana a ter voto declarado a Bolsonaro. O presidente estadual do PSDB, deputado federal eleito Ruy Carneiro, e o deputado reeleito Pedro Cunha Lima, tem preferido manter a neutralidade, embora o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) tenha declarado apoio a Bolsonaro desde o primeiro turno. “Nossa tese é que o partido apoie o Brasil sem estar fazendo parte do governo com ministérios”, resumiu Ruy Carneiro.
Progressistas neutros
Os Progressistas, que elegeram a deputada Daniella Ribeiro (PP) ao Senado Federal e reelegeu o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP), também resolveram manter a neutralidade no segundo turno.
No último dia 9 de outubro, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, emitiu nota declarando que o partido ficará neutro no segundo turno das eleições. “No contexto das eleições presidenciais, o eleitor claramente enviou um recado ao país: quer tomar sua decisão sem que qualquer outro aspecto, que não os candidatos, sejam levados em consideração como critério de escolha. Isso significa que o eleitor quer o silêncio e o palco vazio de qualquer ruído ou informação que interfira na sua reflexão sobre qual candidato escolher”, justificou.
Na nota, Ciro Nogueira afirmou ter convicção de que essa é a melhor contribuição que pode oferecer ao debate, em que os cidadãos e cidadãs demonstraram querer se ater a um olhar aos projetos e às personas dos candidatos, deixando todas as demais variáveis em segundo plano. “O Progressistas estará disposto a colaborar com o futuro governo em todas as agendas coerentes e resolutivas que sejam capazes de enfrentar e encaminhar a solução para os grandes problemas que o País precisa solucionar, para o bem de seu povo e em nome do futuro de nossa Nação, completa a nota.
Movimento
Professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o cientista político Joviniano Neto disse à Agência Brasil que a diversidade pesou para a indefinição das agremiações partidárias entre um ou outro polo. “O Brasil é uma Federação e estado é uma realidade diferente. Existem estados onde a diferença local é mais nítida, como MDB e PSDB, e em outros onde a diferença é menos nítida e há uma unidade nacional maior, como PSOL”, avalia Joviniano.
A onda bolsonarista, que tem favorecido candidatos a governador, tem ajudado a definir as alianças de acordo com o contexto em cada estado. Esse é o motivo apontado por ele para a neutralidade anunciada por partidos como o PSDB e o PP.
Confira como votam os parlamentares da Paraíba no Congresso:
Bancada Federal |
Bolsonaro |
Haddad |
Neutro |
Gervásio Maia (PSB) |
x |
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Aguinaldo Ribeiro (PP) |
x |
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Wellington Roberto (PR) |
x |
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Damião Feliciano (PDT) |
x |
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Hugo Motta (PRB) |
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Frei Anastácio (PT) |
x |
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Wilson Santiago (PTB) |
x |
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Pedro Cunha Lima (PSDB) |
x |
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Efraim Filho (DEM) |
x |
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Julian Lemos (PSL) |
x |
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Edna Henrique (PSDB) |
x |
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Ruy Carneiro (PSDB) |
x |
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Daniella Ribeiro (PP) |
x |
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Veneziano (PSB) |
x |
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Maranhão (MDB) |
x |