Dois anos e cinco dias depois de sua prisão, François Patrick Nogueira, assassino confesso de seus tios e dois primos pequenos em um chalé da cidade de Pioz, na Espanha, começa a ser julgado em um júri popular nesta quarta-feira (24). O destino do jovem, agora com 21 anos, é decidido por cidadãos espanhóis até o dia 31 de outubro, data para leitura do veredicto. O julgamento acontece em Guadalajara. Segundo a Agência EFE, Patrick Nogueira chegou à audiência por volta das 7h15 (horário local) em um carro da Guarda Civil
Patrick Nogueira está preso na Espanha desde outubro de 2016, quando se entregou às autoridades espanholas e confessou ter matado os tios e dois primos, de 1 e 4 anos de idade, em um chalé na pequena cidade de Pioz em agosto de 2016. Desde então, o acusado e réu confesso segue aguardando pelo julgamento.
A acusação acredita na pena máxima permitida no país, de prisão permanente revisável, enquanto a defesa do réu afirma que o crime foi motivado por deformações psicológicas. A Justiça espanhola marcou o júri para os dias 24, 25, 26, 29, 30 e 31 de outubro. As sessões do julgamento acontecem pela manhã e à tarde e, segundo o tio de Patrick, Walfran Campos, vão ser totalmente digitais, sem uso de papel.
“A pressão psicológica sobre mim é grande. Não vai ser fácil pra mim estar de frente com um sobrinho que amei e cuidei, mas acima de tudo ele matou Marcos, Janaína e as crianças. Ainda mais para mim, que cuidei dele”, lamenta Walfran.
Walfran Campos é parte da acusação particular no processo. Ele critica a forma como a defesa pretende conduzir a argumentação de forma a retirar a responsabilidade de Patrick. Ele explica que, apesar do carinho que tem pela mãe do assassino confesso, que é sua irmã, não pode defender o que trata como monstruosidade.
“Ele é uma pessoa má, ruim. Tem esse lado de raiva, que faz as coisas sem pensar. Comportamento que fez com que ele atacasse o professor, quando tinha 16 anos, e fazer o que fez com o meu irmão e a família dele. Isso é muito profundo, prefiro ficar com as análises dos médicos forenses, que são muito mais justos na sua avaliação, do que com esse laudo contratado pela defesa que aponta uma deformação que todos nós temos”, comentou.
Fonte:g1.globo.com