O presidente Jair Bolsonaro embarca neste sábado (19.out.2019) para sua mais longa viagem internacional, com destino à Ásia e ao Oriente Médio. Com o objetivo de atrair investimentos, o presidente se ausentará por 10 dias, acompanhado por uma comitiva que inclui 6 ministros e 5 congressistas. O ministro da Economia, Paulo Guedes, ficou de fora do tour devido à votação em 2º turno da reforma da Previdência no Senado.
O presidente viaja às 22h deste sábado, a partir da Base Aérea de Brasília. Primeiro, chega a Lisboa (Portugal) às 11h de domingo (20.out). Serão 9h de voo. Depois, parte para Nursultan (Cazaquistão), onde deve chegar às 1h15 de 2ª feira (21.out). De lá, parte para Tóquio (Japão), cidade na qual deve desembarcar já na 3ª feira (22.out).
Os primeiros compromissos oficiais do presidente serão no Japão, onde Bolsonaro participará de uma série de eventos relativos à entronização do imperador japonês, que marca a ascensão de 1 novo monarca.
De acordo com o secretário de Negociações Bilaterais na Ásia, Pacífico e Rússia, embaixador Reinaldo José de Almeida Salgado, o presidente brasileiro já confirmou os seguintes compromissos:
- 22.out, às 13h – Cerimônia de entronização do Imperador;
- 22.out, às 19h20 – Banquete imperial da cerimônia de entronização;
- 23.out, às 18h – Jantar oferecido pelo primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, aos representantes estrangeiros.
Bolsonaro será o 2º presidente brasileiro a comparecer a uma cerimônia de entronização. O ex-presidente Fernando Collor de Mello assistiu à cerimônia do imperador Akihito, em novembro de 1990.
Este ano terá a 1ª troca no Trono do Crisântemo –que tem mais de 2.000 anos. Foi criado em 660 a.C. pelo imperador Jimmu. Jair Bolsonaro vai assistir à cerimônia de entronização de Naruhito, filho de Akihito.
O Poder360 preparou 1 infográfico com o cronograma preliminar das viagens do presidente no período. Há eventos que podem ser alterados. Eis o itinerário:
COMITIVA
O presidente Jair Bolsonaro será acompanhado por 6 ministros, sendo que só 2 embarcam no mesmo voo –Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
Eis a comitiva oficial:
- Ernesto Araújo (Ministro de Estado das Relações Exteriores)
- Onyx Lorenzoni (Ministro de Estado da Casa Civil)*
- Tereza Cristina (Ministra de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)*
- Osmar Terra (Ministro de Estado da Cidadania)*
- Bento Albuquerque (Ministro de Estado de Minas e Energia)*
- Augusto Heleno (Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional)
- Sen. Rodrigo Pacheco (DEM-MG)
- Sr. Célio Faria Junior (Assessor-Chefe da Assessoria Especial/PR)
- Sr. Filipe Martins (Assessor Internacional/PR)
- Dep. David Soares (DEM-SP)
- Dep. Fausto Pinato (PP-SP)
- Dep. Hélio Lopes (PSL-RJ)
- Dep. Marco Feliciano (PODE-SP)
- Governador do Acre, Gladson Cameli *
- Emb. Orlando Ribeiro (Secretário de Comércio e Relações Internacionais/MAPA)*
- Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado do Rio Grande do Sul, Ruy Irigaray *
- Presidente da Embratur, Gilson Machado Guimarães Neto
- Chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais/MECON, Caio Megale
- Superintendente da SUFRAMA, Coronel Alfredo Menezes *
- Diretor-Presidente do SERPRO, Caio Mário Paes de Andrade *
- – E comitiva técnica e de apoio da Presidência da República (13 integrantes)
*Não embarcam com o senhor presidente.
CHINA
A estadia de Bolsonaro no Japão está prevista para acabar no dia 24, uma 5ª feira. Às 9h30, ele embarca para Pequim (China). Serão 3h45 de voo, com chegada esperada para 12h15 na capital chinesa. A visita ocorre a convite do presidente chinês, Xi Jinping.
Sobre a ida de Bolsonaro à China, o embaixador Reinaldo Salgado disse que “a parte mais oficial de encontros deverá ser na tarde da 6ª feira (25.out.2019)”. De acordo com o embaixador, a agenda no dia 24 –quando o presidente desembarca no país– ainda “está em discussão.”
Já no dia 25, haverá “1 grande evento empresarial” promovido pela Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) Ministros brasileiros, como Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Tereza Cristina (Agricultura) darão palestras.
FOCO NO COMÉRCIO
Diferentemente da viagem ao Japão, cujo objetivo está mais direcionado à cerimônia do novo imperador, Salgado afirmou que os objetivos da visita à China são focados no comércio e podem ser divididos em “3 grandes áreas”:
- Ampliação das exportações;
- Atração de investimentos “dentro das prioridades nacionais”;
- Melhor aproveitamento de “potencialidades da cooperação de ciência, tecnologia e inovação”.
O embaixador confirmou que Bolsonaro vai se encontrar com o presidente da Assembleia Popular da China, Li Zhanshu, com o primeiro-ministro daquele país, Li Keqiang, e com o presidente Xi Jinping. Serão assinados “alguns atos”, que não foram detalhados. Os horários dos encontros também não foram especificados.
“Existe uma série de atos. (…) Essa visita foi confirmada no mês de agosto, 1 tempo relativamente pequeno. Mas acho que a gente terá 1 conjunto de atos bastante robusto, e 1 conjunto de atos que aponta na direção que falei”, afirmou.
MAIS VIAGENS
A viagem do presidente Jair Bolsonaro não se restringe ao Japão e à China. Ele passará também pelo Qatar, pelos Emirados Árabes e pela Arábia Saudita. Só retorna ao Brasil no dia 31.
No Oriente Médio, o governo também deve focar no fortalecimento comercial. Em 2018, a balança comercial brasileira com os 22 países que compõem a Liga Árabe foi positiva em US$ 3,9 bilhões.
Bolsonaro foi criticado pelos árabes no início do ano por afirmar ter a intenção de transferir a embaixada brasileira em Israel –de Tel Aviv para Jerusalém. Os Estados Unidos fizeram isso, mas o presidente brasileiro recuou. No final, decidiu pela abertura de 1 escritório em Jerusalém como saída diplomática.
A MISSÃO DE PAULO GUEDES
Enquanto o presidente Bolsonaro tenta atrair investimentos no exterior, o ministro Paulo Guedes fica em Brasília para acompanhar o fim da novela da reforma da Previdência no Senado e já dar o próximo passo da política econômica: a apresentação da chamada PEC da Transformação do Estado, que reúne uma série de propostas do ministro.
O pacote inclui medidas como reformas tributária e administrativa, a proposta que suaviza a regra de ouro e outra que desobriga gastos públicos –o que possibilita, por exemplo, reserva menor de recursos para áreas como educação e saúde.
Paulo Guedes se reuniu na semana que se encerra com os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), para apresentar o pacote de propostas. Deixou a reunião afirmando que são os congressistas que irão determinar a prioridade de cada proposta.