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Uma conversa entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, veio a público na noite dessa quarta-feira (20). A gravação foi divulgada pelo jornal O Globo e ocorreu, de acordo com a publicação, “a partir de um telefonema aparentemente acidental para um jornalista” do veículo.
No novo áudio, Bolsonaro demonstrou a Onyx sua preocupação por ainda ser representado pelo ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gustavo Bebianno, que é advogado do presidente em alguns processos judiciais. Bolsonaro pede ao ministro da Casa Civil que negocie uma espécie de acordo com o ex-subordinado. “Se ele [Bebianno] me cobrar individualmente o mínimo, eu tô fodido. Tem que vender uma casa minha pra poder pagar”. Onyx diz que vai procurar o ex-ministro, demitido na segunda-feira (18), para “acertar”.
Na conversa com Bolsonaro, o ministro da Casa Civil afirma que Bebianno se comprometeu com “Jorge”, referência a Jorge Oliveira, subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, a não fazer ataques ao presidente após a demissão. “Ele disse ao Jorge: ‘o que eu tinha para fazer, eu fiz ontem, eu não dou mais nenhuma palavra, acabou tudo ontem. Eu tô te dando a minha palavra. Ok?’”, relata Onyx.

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A exoneração de Bebianno ocorreu após ele se envolver em uma guerra de versões com um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), e ter sido chamado de “mentiroso” na polêmica sobre a candidaturas laranjas do PSL. O presidente tomou partido e ficou do lado do filho.

Aliado de primeira hora de Bolsonaro, ex-presidente do partido do presidente, Bebianno se aproximou do “capitão”, como gosta de chamar Bolsonaro, ao longo da campanha. Carlos nunca fez questão de esconder sua falta de apreço pelo ex-ministro.
Durante a transição, os dois trocaram farpas. A manutenção de Bebianno na equipe foi, inclusive, um dos pontos centrais para que Carlos Bolsonaro não integrasse a equipe de comunicação do governo do pai.

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Como este site mostrou na última terça-feira, mensagens de áudio divulgadas pela revista Vejamostram que Bebianno de fato manteve conversas com o presidente, como vinha sendo negado por ele e seu filho Carlos, sobre a suspeita de fraude eleitoral envolvendo o PSL – e que, noticiada pela Folha de S.Paulo, foi a principal razão da queda do ministro. Depois de ser chamado de mentiroso pelo vereador no Twitter, com aval e retuíte do pai, o ex-aliado não só comenta o assunto com Bolsonaro como lança suspeitas ao presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, responsabilizando-o pelo manuseio do fundo partidário.

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O partido é suspeito de criar candidaturas laranjas durante as eleições de 2018, à época sob comando de Bebianno. Segundo a reportagem da Folha, o PSL criou em Pernambuco uma “candidata laranja”, nas eleições de 2018, para ter acesso ao dinheiro público do fundo partidário. Ela recebeu R$ 400 mil do PSL durante o pleito. E apenas 274 votos do eleitorado pernambucano.

Nas gravações Bebianno tenta tranquilizar Bolsonaro em uma série de 13 mensagens de áudio (escute a íntegra e veja a transcrição), levadas a público em primeira mão pelo site de Veja. Dizendo que o presidente foi envenenado, como que a acusar Carlos Bolsonaro por tal “envenenamento”, o ex-ministro nega participação em desvio de dinheiro público por meio das candidaturas laranjas.

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