Com o voto de minerva no julgamento da suspeição de Sergio Moro pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, a ministra Cármen Lúcia alterou seu posicionamento e votou em favor da suspeição do ex-juiz da Lava Jato nesta 3ª feira (23.mar.2021).
“Eu disse que estava aberta a novos elementos e o julgamento não acabou. Está tendo sequência o julgamento e com dados desse momento é que profiro o voto” , sustentou a magistrada. “Juiz que é favorável a um é desfavorável a outro”.
Em 2018, quando o caso começou a ser julgado, a ministra foi contra a suspeição. Acompanhou o relator, Edson Fachin. Agora, afirma ter percebido uma “espetacularização” dos atos de Moro. “Todo mundo tem direito a um julgamento justo, por um juiz imparcial”.
PLACAR FINAL: 3 X 2
O colegiado decidiu que o ex-juiz foi parcial ao condenar Lula no caso do tríplex do Guarujá (SP).
O magistrado indicado por Bolsonaro à Corte, Nunes Marques, foi contra a suspeição de Moro. Considerou ilegal o uso dos diálogos da Vaza Jato como prova. “Entender-se de forma diversa, que resultado de tais crimes seriam utilizáveis, seria uma forma transversa de legalizar a atividade hacker no Brasil”, disse.
Gilmar Mendes classificou o voto do colega como “indecente”. “O Tribunal de Curitiba é conhecido mundialmente como um tribunal de exceção. Enche-nos de vergonha”, disse o ministro. E completou: “A desmoralização da Justiça já ocorreu”. Lewandowski o acompanhou.
Aos berros, Gilmar disse aos colegas da 2ª Turma: “Nada de conversa fiada, coisa de hackers. Estamos falando de coisas que estão nos autos”
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