Essa cerimônia de diplomação marca, do ponto de vista jurídico, o fim do processo eleitoral. Mas do meu ponto de vista pessoal, a campanha terminou há exatos 75 dias, na noite do dia 2 de outubro, quando cessou a disputa eleitoral. Desde então, existem apenas campinenses, filhos e cidadãos de uma mesma e única Campina que espera de nós o tratamento absolutamente indistinto para todos os moradores dessa cidade. Este foi o primeiro e tácito compromisso assumido com a cidade: se eleger com o voto da maioria mas com a obrigação de governar para todos. Aqui todos são iguais perante a cidadania.
As disputas já pertencem ao passado e à história. É hora de trabalho por toda Campina, com união de propósitos comuns, consistentes e verdadeiros que sustentem e fortaleçam os projetos para nosso futuro.
Celebramos, na campanha, alianças claras e transparentes. Como fizemos no primeiro mandato, vamos agora buscar ainda mais apoios e parcerias, onde existirem e puderem existir, no governo federal e no Estado, na sociedade, no empresariado, nas organizações não governamentais, nas igrejas e no movimento social.
E vamos sempre ouvir os adversários e as oposições, promover o debate, argumentar, descobrir pontos comuns e buscar, em cada ato, fazer o melhor e o mais legítimo.
Os desafios são muitos. E poucos são os recursos. Ninguém enfrentará sozinho o desafio que Campina nos aponta.
Até pelas circunstâncias da crise que paralisa o país, o diploma que hoje recebemos é um desafio multiplicado. Mas é também a mais explícita prova de confiança dos campinenses, que entregam em nossas mãos seu futuro e seus sonhos. Isso é o que Campina nos confiou com esse autêntico cheque em branco que é preciso preencher, dia a dia, com o escrúpulo sem limites de quem sabe que o dinheiro público não lhe pertence e com a consciência de que a cidade precisa de muito mas tem muito pouco.
Campina até compreenderá que não se faça tudo o que se deseja. O povo tem noção do que é possível e dimensão do que é viável. E todos conhecemos à exaustão a dimensão da crise. Mas Campina sempre exigirá que se faça mais com menos, que se compense com eficiência o que a crise nos tirou de recursos. Que se compense com austeridade o que a crise nos tirou de orçamento. Basta um número para balizar as dificuldades que nos aguardam: o orçamento que enviamos para aprovação da Câmara Municipal para 2.017 é ainda menor que o de 2.013, quando assumimos pela primeira vez.
Por tudo isso, Campina não admitirá mordomias ou privilégios, não vai tolerar favores nem sinecuras. Campina, como o Brasil, exige uma visão nova do serviço público, com absoluta transparência, sem desvios éticos nem equívocos administrativos. E muito menos sem os gravíssimos pecados financeiros do desvio ou do superfaturamento. Cada verba mal gasta não representa apenas um abalo orçamentário. Representa a frustração de sonhos e projetos coletivos, de aspirações de campinenses que estarão penalizados com a decepção pelo futuro adiado ou pelo projeto abolido. A eleição nos transformou em caudatário dos sonhos dessa cidade, que temos o desafio de concretizar.
De suas casas, de cada casa, de seus locais de trabalho e de cada rua todo campinense nos acompanhará e julgara a cada um de nós. Para, ao final dos próximos quatro anos, respeitar os que corresponderem à confiança depositada, e para condenar e jogar no lixo da história os que traírem o mandato que a Justiça eleitoral agora formaliza.
O que estamos recebendo hoje é isso, no essencial: um mandato. Esse diploma não é uma escritura de propriedade da cidade. Os eleitos, vereadores, vice-prefeito e prefeito, não nos tornamos donos de nada. Fomos eleitos para servir, ganhamos apenas um mandato e somos, portanto, apenas representantes e porta-vozes do verdadeiro dono do poder, que é o povo de Campina. Que nos acompanhará, fiscalizará e julgará.
Sei a minha responsabilidade. Sei que na eleição não se julgou simplesmente um candidato: Campina avaliou o trabalho de uma administração, mas a mensagem de aprovação não foi de mera continuidade. É preciso aproveitar as bases do que foi feito, do que foi construído para avançar ainda mais na melhoria dos serviços, na consolidação de obras e projetos estruturantes e na racionalização da máquina administrativa. Campina precisa de infraestrutura para sua necessária e inevitável expansão urbana, mas também anseia por novos espaços e opções de crescimento econômico e novas alternativas de desenvolvimento. Deus me permitirá cuidar do presente, sem jamais perder de vista os desafios dos próximos anos. Campina tem pressa pra se encontrar com seu futuro.
Nesse instante em que se completa o processo eleitoral, quero reiterar o registro que já fiz, de reconhecimento e respeito ao trabalho serio e absolutamente eficiente da Justiça Eleitoral, a quem homenageio nas pessoas das juízas, sempre serenas em seu equilíbrio, sempre justas em sua sabedoria, fundamentais para que o pleito em Campina ocorresse sem traumas e sobressaltos.
Agora outras instâncias nos acompanharão e fiscalizarão, como o Tribunal de Contas, o Ministério Público, a Imprensa e a sociedade: peço a Deus que a Administração possa se manter sempre transparente como a sociedade exige, democrática e tolerante como Campina espera e ética como a nossa consciência determina. Fomos eleitos para estar a serviço.
Não chegamos até aqui sozinhos. Poucos passos teríamos ensaiado sem o apoio consistente e decidido de incontáveis amigos e apoiadores, a quem presto minhas homenagens e reitero minha gratidão.
Agradeço ao vice-prefeito Ronaldo Cunha Lima Filho, que, com lealdade e competência, sempre esteve ao meu lado em todos o momentos da Administração. Seu gesto de grandeza política e desprendimento pessoal, ao abrir mão de uma postulação legítima, permitiu ampliar nosso arco de alianças.
Agradeço ao vice-prefeito Enivaldo Ribeiro, que somou sua juventude ao nosso trabalho, somou seus sonhos a nossas prioridades para que, ao final, tivéssemos discurso consistente para o presente e de esperanças para o futuro.
Agradeço a todos os candidatos de nossa coligação. Aos que conseguiram se eleger e aos que Campina oferecerá outra chance, o meu renovado agradecimento e a certeza de que sua pregação ecoará em toda a Administração.
Agradeço, de coração, a todos quantos contribuíram para esse instante.
Agradeço a quantos me estenderam as mãos, aos que me ampararam com seu entusiasmo e aos que partilharam comigo sua própria esperança. Este apoio permitiu que mais seguro eu caminhasse e mais longe eu pudesse sonhar.
Peço a Deus, com muita humildade, que jamais esqueça as multidões que coloriram as ruas de alegria e de esperança. Essas cores não esmaecerão.
Agradeço, de maneira muito especial, a minha família, que se entregou sem reservas à causa de Campina. A meus filhos, a minha mulher Micheline, meu agradecimento mais emocionado. Nos momentos mais tempestuosos da campanha, eles foram o farol que me transmitiu segurança e o porto de tranquilidade e paz que me pôs a salvo de todas as tormentas.
Por último, a Deus, que me guiou a esse instante, meu agradecimento e uma prece: que Ele me permita compreender, a cada dia, quais são os Seus desígnios e me permita estar à altura da missão que me reservou.
Que Deus me permita, ainda, poder exibir, no futuro, o diploma de prefeito de nossa terra tão limpo e imaculado como hoje o recebemos, mas enriquecido com um atestado conferido pelos tribunais, pela imprensa e pelo povo de Campina com um dizer muito simples, mas muito significativo: esse mandato foi honrado. Muito obrigado.