Em nota oficial (Disponível aqui) o Campinense clube admitiu não possuir os documentos necessários para receber o patrocínio da Cagepa. A empresa abriu, no final do ano passado, uma chamada pública aos clubes paraibanos. O edital valia para as equipes presentes nas Séries C e D do Campeonato Brasileiro.
O edital foi publicado em outubro de 2021. O documento previa investimento de R$ 1,25 milhão. A chamada da Companhia de Águas e Esgoto da Paraíba, tinha o potencial para beneficiar quatro equipes: Botafogo, Campinense, Sousa e Treze.
No entanto, ao término do processo de inscrições, apenas o Botafogo reuniu a documentação necessária para a aprovação do benefício. Assim, por enquanto, só o Belo garantiu o patrocínio que corresponde a R$ 500 mil.
Treze e Sousa haviam tentando a chamada, mas não tiveram a documentação aprovada. Diante disso, a empresa abriu um segunda chamada. Nesta, apenas o Dinossauro se inscreveu. A segunda chamada do edital segue em tramitação e o time sertanejo ainda pode ser contemplado.
Qual a pendência
Como a própria nota do Campinense evidência, os clubes carecem de certidões negativas, por exemplo, na justiça do trabalho. O patrocínio trata-se de um recurso disponibilizado por uma empresa pública. Assim, naturalmente, é necessária a exigência de documentos comprobatórios das condições fiscais e trabalhistas das agremiações.
” O Departamento Jurídico do clube leu o edital e constatou uma série de Certidões exigidas para a efetuação da inscrição, o que impossibilitou o Campinense de concorrer ao benefício, já que o clube necessita de avanços tributários, trabalhistas e fiscais, o que tem sido feito através do seu Departamento Jurídico atual.”
No trecho acima, a própria nota do Campinense explica a dificuldade do clube para cumprir as exigências do edital. Vale salientar que, em casos como o do Campinense e do Treze, as diretorias dos clubes tem feito um esforço público para organizar débitos e regularizar a situação dos clubes.
No entanto, a situação, gerada por gestões anteriores, impossibilita que a solução seja breve. Por isso, os clubes devem mesmo ficar sem conseguir receber o patrocínio da Cagepa para essa temporada.
A responsabilidade para tal, fica para a herança das gestões passadas que as atuais diretorias, agora, buscam resolver. À Cagepa, apenas o bônus da iniciativa de ofertar o patrocínio que, para quem está com tudo regular, será pago em cota única.
Não há de onde polemizar sobre o tema
Como tudo na Paraíba, ainda mais quando o caso envolve futebol e recursos públicos, há quem tente polemizar a não liberação dos recursos para Campinense e Treze.
Antes de mais nada, vale salientar que, como admitiu, o Campinense nem tentou conseguir o recurso. Enquanto isso, o Treze que não foi aprovado na primeira chamada, refugou a segunda tentativa.
Além disso, dinheiro público é coisa séria e se não há certidões negativas que atendam a legislação, não pode e nem deve haver liberação, como não houve.

Sendo assim, se o torcedor busca quem culpar, nesse caso, o alvo não deve ser a Cagepa. Na realidade, o edital da empresa é um alento ao futebol do estado.
Portanto, para o torcedor raposeiro e trezeano que lamenta a situação, os responsáveis por ela são evidentes: O conjunto de dirigentes que, em gestões passadas e ao longo de anos deixaram dívidas milionárias para Campinense e Treze. Administrando irresponsavelmente as duas equipes.
Um alento, é que, ao que parece, hoje, os dois gigantes de Campina Grande parecem ter gestões sérias e compromissadas. Se assim forem, será uma questão de tempo para que também tenham a Cagepa estampando seus padrões.
Fonte: Blog do Sarinho
Foto: Samy Oliveira / Campinense