No Brasil, mais de 700 mil crianças com menos de cinco anos têm algum problema de desnutrição – muitas, inclusive, com o peso e a altura abaixo do ideal, revela estudo da Fundação Abrinq, entidade que tem o objetivo de mobilizar a sociedade para questões relacionadas aos direitos da infância e da adolescência. A nutricionista Iraci Sabino, do Sistema Hapvida em Campina Grande (PB), dá dicas sobre a alimentação saudável desde o nascimento da criança para evitar a desnutrição e suas consequências.
Iraci ressalta que a desnutrição infantil é uma situação caracterizada pela deficiência de nutrientes do organismo da criança, o que pode acontecer devido à alimentação incorreta e privação de alimentos, dentre outras causas. “A desnutrição gera raquitismo , problemas com a aprendizagem, no cabelo, na pele, atraso no crescimento e no desenvolvimento cognitivo. Para evitar isso, a criança precisa se alimentar bem e de forma saudável”, sublinha.
A especialista recomenda que , após a família notar sintomas, deve consultar um pediatra para uma avaliação do peso da criança em relação à sua idade e altura, fazer o diagnóstico da desnutrição e encaminhar a criança para um nutricionista. Este, por sua vez, vai elaborar um plano alimentar adequado para a criança.
“Crianças de até um ano de idade precisam ser amamentadas. Todavia, a partir do sexto mês de idade , a gente tem que introduzir frutas e legumes que são importantes para o desenvolvimento dela, através das vitaminas e minerais. Depois as sopinhas, o feijão. Em seguida, os caldinhos de carne e, posteriormente , introduzir o ovo que é um alimento completo”, sugere.
Quando a criança começar a andar, Iraci Sabino recomenda que ela pegue e comece a ter contatos com os alimentos e sua textura. Para a nutricionista, é fundamental para movimentar a dentição dela o início da mastigação. Também é importante que os pais levem a criança para a mesa durante a refeição com o objetivo de inseri-la no convívio familiar.
“É necessário tomar muita água, mas evitar doces, enlatados, fast food e corantes para que não gerem alergias na criança. Quando ela entra na escola, tem um gasto energético maior, logo a criança precisa de uma alimentação saudável e melhor. São necessárias três refeições por dia e comer a fruta no intervalo”, afirma a especialista. .
A nutricionista ainda alerta para que a quantidade de alimentos seja de acordo com a idade. Uma criança de dois anos não pode consumir a mesma quantidade de uma de cinco anos. “O prato tem que ser colorido, fazer com que a criança desde cedo deve ter contato com essas folhas, com as frutas, verduras. Em caso de desnutrição, além da alimentação, tem que usar uma suplementação , dependendo de cada caso”, conclui Iraci Sabino.