Uma grande reflexão foi levantada em todo Brasil nos últimos dias devido a um vídeo do influenciador Felca abordando o processo de adultização de crianças e adolescentes na internet. Essa prática é muito comum, mas há poucas ações para amenizar os danos na vida do jovem nesta situação.
A exposição precoce de crianças no meio digital não provoca apenas uma antecipação da vida adulta, mas também costuma gerar danos emocionais significativos. “Quanto mais tempo passam expostas, mais dificuldades podem ter para lidar de forma madura com críticas, elogios, pressão por curtidas e busca constante por aprovação. É possível, inclusive, traçar um paralelo com o uso excessivo de telas. A princípio, parece inofensivo, mas há a possibilidade de se tornar prejudicial e viciante”, afirma Emanuelle Pereira Sobrinho, mestre em Psicologia Social e docente do curso de Psicologia da UNINASSAU Campina Grande.
O retorno financeiro que muitas crianças e adolescentes podem ter se expondo na internet costuma ser um fator para a busca pela fama na web. Entretanto, os pais precisam alertar os filhos sobre a realidade. “É indispensável educá-los em relação a questões ligadas ao dinheiro e consumo. É fundamental eles compreenderem que nem tudo é tão fácil quanto parece. Para cada conquista, existem esforços e, muitas vezes, perdas”, explica Emanuelle.
De acordo com a especialista, desde o primeiro acesso à internet, é essencial que haja um processo de psicoeducação sobre os conteúdos consumidos e produzidos. É papel dos adultos apresentar os contrapontos e aproximar os jovens da realidade fora das telas para eles saberem diferenciar o mundo virtual do real.
“Os adultos precisam assumir o papel de mediadores e exemplos do consumo consciente. Ao exigir que as crianças desenvolvam educações emocional e financeira saudáveis no ambiente digital, também devem se comprometer a ocupar esse lugar, sendo espelhos coerentes do que for ensinado”.
Assessoria