Essa semana, o secretário de Recursos Hídricos do Estado, João Azevedo, anunciou o dia 26 de agosto como a data para o fim do racionamento em Campina Grande e nos outros 18 municípios abastecidos pelo açude Epitácio Pessoa (Boqueirão). O gerente regional da Cagepa em Campina Grande, Ronaldo Meneses, deu detalhes operacionais dos procedimentos a serem adotados para do fim do racionamento, e destacou que três medidas técnicas foram necessárias para que a decisão fosse tomada, entre elas, a saída do açude de Boqueirão do volume morto.
Em entrevista a Rádio Correio FM, ele afirmou que, de acordo com cálculos, o manancial Epitácio Pessoa está a 16 centímetros de sair do volume morto e por isso o anúncio do fim do racionamento foi dado para o dia 26 deste mês.
– A gente sempre vinha falando que as decisões deveriam ser técnicas e dissemos que o racionamento só acaba quando o açude sair do que chamamos de volume morto. Estamos a 16 centímetros de sair daquela condição de volume morto, por isso a data divulgada – disse. Ronaldo destacou o trabalho técnico feito pela Cagepa e órgãos competentes e disse que a vazão do açude está prestes a aumentar, fazendo com que o volume de água que entra seja maior que o volume que sai.
O gerente regional da Cagepa , explicou os motivos para o fim do racionamento e frisou que o objetivo da transposição do rio São Francisco é atender o consumo humano e a dessedentação de animais
– Não dá para se imaginar o manancial chegando a grandes volumes, pois não é uma característica da obra. Para sair do racionamento é preciso que três condições técnicas sejam cumpridas: primeiro, sair do volume morto, e no dia 26 de agosto o manancial deve chegar a 8,2%; a segunda é de que entre mais água do que saia, e depois do dia 18 de abril só fez aumentar, incluindo todas as saídas; o terceiro ponto é que o balanço hídrico seja positivo em qualquer época do ano, independente de furto de água, de mudanças climáticas, e na reunião técnica os órgãos gestores garantiram isso. Há uma tendência da vazão aumentar quando a segunda bomba for recolocada na última elevatória, que foi retirada para manutenção – explicou.
Ronaldo ainda revelou que foi detectado que está havendo furto de água no Açude de Boqueirão e que a Aesa já acionou a ANA, que é o órgão responsável, para tomar as providências.
Ronaldo Meneses também garantiu que os índices de cloretos e agrotóxicos no açude de Boqueirão já diminuíram com a chegada das águas da transposição do Rio São Francisco.
Durante a entrevista, Ronaldo disse que as características da água estavam muito afetadas devido ao baixo volume no alude, mas que com a saída do volume morto as mudanças são significativas.
– Quando chegamos em abril, o açude estava com 2,9% . O manancial estava com uma quantidade muito pequena e todas as características de qualidade estavam totalmente modificadas, principalmente o teor de cloretos, que representa a quantidade de sal. Hoje, isso mudou. É perceptível. O índice, de agrotóxicos, principalmente, diminuiu muito – comemorou.
Severino Lopes