Em suas expectativas iniciais, Guedes afirmou acreditar que haveria cortes apenas nos pontos do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e da aposentadoria rural, com economia final de R$ 1 trilhão. Ele também mencionou a intenção inicial de incluir Estados e municípios no texto do parecer.
“É claro que preferimos que Estados e municípios tivessem dentro. Isso é importante, já que eles estão fragilizados financeiramente. Eu acho que houve 1 recuo que pode abortar a nova Previdência. O recuo é que tem pelo menos pressões corporativas de servidores do legislativo, que forçaram o relator a abrir mão de R$ 30 bi para servidores do legislativo, que já são favorecidos pelo sistema normal“, disse.
Sobre a criação de uma nova alíquota da CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido) para instituições financeiras, que aumentaria a economia fiscal para R$ 913,4 bilhões, Guedes afirmou que o assunto entra na pauta tributária.
“Estão pegando imposto sobre banco. Isso aí já é política tributária. Estão buscando dinheiro de PIS/Pasep. Estão botando a mão no bolso dos outros”, afirmou.
NOVA DISCUSSÃO EM BREVE
Para o ministro da Economia, caso se confirme a economia aos cofres públicos de R$ 863,4 bilhões em 10 anos, a reforma da Previdência deverá entrar, novamente, na pauta econômica do governo nos próximos anos.
“Para o governo Bolsonaro, está resolvido. Mas agora daqui a 5 ou 6 anos, terá uma nova reforma. Continuam com a velha Previdência“, alertou.
CAPITALIZAÇÃO
Outra bandeira defendida pela equipe econômica do Planalto, o regime de capitalização foi retirado do parecer final do relator. Entretanto, para Guedes, a discussão central é em torno da economia fiscal.
“Não precisava nem tirar a emenda de capitalização. Só o fato de tirar [economizar] R$ 860 bilhões já acabou com a reforma da Previdência. Achei redundante tirar a emenda de capitalização. Pra quê tirar? Nós não vamos fazer mesmo“, opinou.
Em sua visão, alternativas mencionadas pelo relator, como criação de imposto CSLL e inclusão de receita com 1 repasse de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para aumentar a economia fiscal não adiantam, por tratarem de “1 dinheiro que já existe“.
GREVE GERAL
Guedes, que está cumprindo agenda no Rio de Janeiro, criticou a greve geral, programada para esta 6ª no país. “Protesto eu acho que devia fazer sábado ou domingo, ao invés de engarrafar a cidade para fingir que tem muito movimento”, completou.