Dor de cabeça três vezes (ou mais) por mês em um período de três meses necessita de investigação médica.
Quem não conhece alguém que relata dor de cabeça recorrente? O Maio Bordô é uma campanha de conscientização sobre o impacto das cefaleias na vida das pessoas. O lema da iniciativa, promovida pela Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), é “3 é demais”, que é o ponto de atenção para os pacientes: três episódios de dor de cabeça por mais de três meses precisam de investigação.
O neurocirurgião Luiz Severo é membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia e explica que as dores de cabeça podem ser consideradas condições incapacitantes. “As dores de cabeça são a segunda condição médica mais comum na humanidade. As crises frequentes comprometem a vida pessoal, familiar, social e profissional dos seus sofredores, o que determina importante impacto socioeconômico, porque podem ser extremamente incapacitantes. Apesar disso, mesmo entre as pessoas que sofrem com dores de cabeça frequentes, cerca de 1/3 não procuram atendimento médico e 50% não fazem um tratamento adequado”, afirma.
O autodiagnóstico pode atrapalhar e mascarar casos como de enxaqueca. “As pessoas costumam explicar os seus sintomas com acontecimentos, comportamentos e exposições que antecedem ou acompanham as suas dores. Estresse, problemas visuais, hormônios, alimentos e bebidas alcoólicas frequentemente recebem a culpa pelas dores. O que as pessoas não sabem é que na imensa maioria das vezes as dores de cabeça são primárias, ou seja, elas não dependem de outras doenças ou de qualquer outro fator para acontecer, elas são a própria doença, como é o caso da enxaqueca”, explica.
A frequência para as dores de cabeça é o alerta central do Maio Bordô. “Mesmo que você tenha boas explicações para as suas dores de cabeça, se você sente três ou mais episódios por mês por mais de três meses procure um médico especialista, pois você precisa de tratamento”, orienta.
Cefaleias mais comuns
Atualmente existem pelo menos 250 tipos mais comuns de cefaleias. As características é o que diferenciam uma de outra. Estas são as mais comuns:
🧠 Cefaleia tensional: é a mais comum, mas não é a mais incapacitante. É aquela dor de cabeça com peso, que aparece mais ao final do dia. Aperta, mas não lateja. Não piora com atividade física e não faz faltar ao trabalho, mas traz irritabilidade, estresse e tensão muscular.
🧠 Enxaqueca: é a cefaleia mais intensa. A característica dela é ser mais anterior, mais frontal, latejante, com náusea, vômito, piora com a luz, piora com o barulho e também no período menstrual.
🧠 Cefaleia por abuso medicamentoso: quando o paciente tem crises três ou mais vezes por semana, e a cefaleia primária se desenvolve por uso de medicamentos.
Cefaleia em mulheres
Mulheres são as que mais sofrem com cefaleias, porque os hormônios sexuais femininos modulam e aumentam a percepção dolorosa. A enxaqueca, por exemplo, tem três momentos clássicos de surgimento nas mulheres: na infância (antes da primeira menstruação), entre 25 e 30 anos (momento de alta produção hormonal nas mulheres) e antes de entrar na menopausa.
O Maio Bordô é uma campanha da Sociedade Brasileira de Cefaleias para conscientização da sociedade sobre os impactos das cefaleias nos indivíduos. A orientação é para que o paciente procure um médico neurologista para tratamento.
Luiz Severo é neurocirurgião especialista no tratamento avançado da dor crônica. É coordenador do Centro Paraibano de Dor (Cepdor); professor de pós-graduação em medicina da Dor da Unifacisa – HELP e membro do programa de Jovens Lideranças Médicas da Academia Nacional de Medicina.
Millena Sousa – jornalista
DRT-PB 4020
@athenaassessorias
Renata Fabrício – jornalista
DRT-PB 5334
@athenaassessorias