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Embora tente conquistar espaço nos estados do Nordeste, reduto tradicional do ex-presidente Lula (PT), Jair Bolsonaro carece de uma rede de aliados na região. Um exemplo é a Paraíba. Mesmo assim, apesar do desempenho questionado no combate à pandemia da Covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pode ser o candidato do presidente ao Governo do Estado.

Queiroga, um dos investigados pela CPI do Genocídio, tem declarado que é cedo para falar em candidatura. Porém, não descarta a possibilidade de disputar em sua terra natal, com quase 3 milhões de eleitores.

Há duas semanas, ambos participaram de um evento no interior da Paraíba e Queiroga foi recebido com gritos de “governador”. O ministro fez um discurso político, com críticas a governadores e prefeitos, de acordo com reportagem de João Valadares, Murillo Camarotto e Marcelo Ribeiro, no Valor.

Entretanto, o projeto Queiroga-governador sofre resistências, principalmente, porque Bolsonaro não consegue estabelecer um diálogo consistente com aliados locais.

Reclamações

Nilvan Ferreira, presidente do PTB paraibano, afirma que não conhece a intenção real de Bolsonaro. Ele diz que seu grupo, formado por PTB, Patriotas e parte do PSL, não é atualizado a respeito das articulações envolvendo Queiroga.

A bancada da Paraíba na Câmara não tem um deputado que assuma ser bolsonarista. Um dos primeiros defensores da candidatura de Bolsonaro, em 2016, o deputado Julian Lemos (PSL) rompeu com o presidente.

Pesquisas realizadas recentemente indicam que Bolsonaro tem baixa popularidade no Nordeste, principalmente nas capitais. O presidente encontra dificuldade em construir alianças na região. Na Paraíba, é grande a possibilidade de palanque duplo para apoiar Lula.

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