A iniciativa foi selecionada por edital da Lei Paulo Gustavo da Secretaria de Cultura da Paraíba, e reúne cerca de 20 profissionais do cinema campinense.
Na próxima terça-feira (26) será realizado o lançamento do Catálogo Profissional “Tem Mulher Negra No Audiovisual Campinense”. O projeto, desenvolvido por um grupo de jornalistas de Campina Grande, celebra a atuação das mulheres negras na produção de cinema do município, destacando as habilidades e trajetórias profissionais de cada uma das 20 participantes. A proposta foi selecionada em edital da Lei Paulo Gustavo da Secretaria de Cultura da Paraíba, sendo uma das 108 iniciativas selecionadas dentre as 3.359 inscritas.
A construção do catálogo tem como propósito gerar visibilidade para o trabalho realizado pelas mulheres negras do audiovisual campinense, subvertendo as lógicas de opressão histórica duplamente sofridas pelas mulheres negras, que precisaram contornar as barreiras profissionais criadas pelas violências de raça e gênero. Na última pesquisa sobre Diversidade de Gênero e Raça divulgada pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), os homens brancos eram maioria nos espaços de produção do cenário audiovisual, sendo contemplados com 75,4% dos cargos de diretores e 59,9% de produtores, enquanto as mulheres negras estão na lista de produção-executiva, ao lado de mulheres brancas ou equipes mistas, correspondendo aos percentuais de 1% e 3%, respectivamente.
Realizado a partir de uma política pública do Ministério da Cultura e apoiado pela Associação Rede de Conexões para Cidadania (ARCCID), o catálogo foi resultado do trabalho de pesquisa das jornalistas Myrlla dos Anjos e Valdívia Costa, mulheres negras que também atuam no cinema campinense, e da jornalista e cientista social Carla Borba, coordenadora do projeto. “Muitos ambientes profissionais são idealizados para a majoritária presença masculina, a exemplo do setor audiovisual, que mesmo que experimente um processo de feminização com o aumento da contratação de mulheres, não segue expansão semelhante em relação à diversidade étnico racial. Com a ferramenta de divulgação sobre a atuação das mulheres negras no audiovisual, acreditamos que será possível dar uma melhor visibilidade para essas mulheres que estão na disputa por espaços profissionais no setor da economia criativa da cidade e da região.”, afirmou Carla Borba.
O trabalho começou em fevereiro de 2024 e seguiu as etapas de estruturação, mapeamento das profissionais, elaboração de pesquisa, construção de identidade visual, levantamento de dados, edição e montagem.
Em junho deste ano a ministra da Cultura, Margareth Menezes, recebeu em Campina Grande, um kit promocional do projeto.
Agora, no mês da Consciência Negra, acontece na próxima terça-feira, (26), o lançamento do catálogo. O evento será no Espaço Encanto Verde Recepções, a partir das 16h30. Entre as 20 mulheres que farão parte do material, nesta etapa inicial, estão profissionais de Jornalismo, Arte e Mídia, Teatro e Publicidade, entre outros, que atuam na Rainha da Borborema e juntas constroem parcela importante da cena audiovisual da Paraíba e de outros estados.
A solenidade deve reunir as profissionais do projeto junto com a equipe de coordenação, além de representantes da ARCCID e da Secretaria de Cultura do Estado, autoridades e artistas locais, e alguns dos principais profissionais do cinema paraibano. Mais informações em: https://www.mulhernegranoaudiovisual.com.br/ ou @temmulhernegranoaudiovisual.
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