O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse hoje (7) que é preciso “ter muita tranquilidade e prudência neste momento”. A manifestação do deputado foi feita em sua conta pessoal do Twitter após a imprensa ter noticiado que o nome de Maia é cotado para assumir a Presidência da República. Se houver um afastamento de Michel Temer da presidência, Maia é o primeiro da linha sucessória.
O processo da denúncia está previsto para começar a ser analisado na próxima semana na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara e terá de passar por votação no plenário da Casa. Pela Constituição Federal, em caso de impedimento do presidente da República, quem assume o cargo é o presidente da Câmara.
Rodrigo Maia reafirmou que a agenda da Casa deve ser restabelecida “o mais rápido possível”, com a votação da reforma da Previdência e outros projetos. “Não podemos estar satisfeitos apenas com a reforma trabalhista. Temos Previdência, tributária e mudanças na legislação de segurança pública”, lembrou.
A reforma trabalhista foi aprovada pelos deputados em abril deste ano, e ainda está sob análise do Senado. E desde maio, a reforma da Previdência aguarda para entrar na pauta de votação do plenário da Câmara.
Rodrigo Maia está em missão oficial na Argentina, onde participa, com mais quatro deputados brasileiros, do Primeiro Fórum Parlamentar sobre Relações Internacionais e Diplomacia Parlamentar. O deputado voltará ao Brasil neste sábado (8).
Em entrevista no Congresso argentino, em Buenos Aires, Maia manifestou sua lealdade, a de seu partido, com o presidente Michel Temer. “Aprendi em casa a ser leal, correto e serei com o presidente Michel Temer sempre serei”, declarou.
Sobre declarações de lideranças de partidos, como PSDB e o DEM, de que Temer ser afastado da presidência e ele assumir no lugar, Maia criticou as especulações. “Quando se vive uma crise tão profunda como essa cabe especulação de qualquer tipo. Tem algumas que eu li pela manhã que são muito criativas, mas com pouco informação”, disse.
Maia manifestou preocupação com a crise no Brasil e reiterou que seu partido deve ser o último a desembarcar da base de apoio a Michel Temer. Apesar de manter o discurso alinhado ao governo, o deputado esclareceu que não cabe a ele fazer defesas em prol da agenda governista na Câmara.
“Se você pensar que o Brasil vive uma crise tão profunda, quem tem responsabilidade com a democracia, com o futuro do Brasil, se falar que não está preocupado vai estar mentindo. É claro que a gente tem preocupação, principalmente na posição que estou hoje. Qualquer movimento que eu faça é interpretado”, afirmou.
* Com informações de Monica Yanakiew, correspondente em Buenos Aires.
* Texto alterado às 15h46 para ajuste de informação