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Um total de 397 pacientes deram entrada como vítimas de queimaduras no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande. O número é contabilizado entre os meses de janeiro até o final de agosto. A maioria dos casos por queimaduras são resultado do manuseio de álcool, segundo a unidade de saúde.

Conforme informou o hospital, os pacientes que deram entrada na unidade não são somente provenientes de Campina Grande, mas também de outros municípios, porque muitas vezes é necessário a transferência de cidades menores para centros maiores, a depender da gravidade dos ferimentos.

Além disso, o número de queimaduras registradas nesses oito primeiros meses do ano é levemente superior ao dado do mesmo recorte de 2022. Naquele período, foram contabilizados 379 casos, 14 a menos que o levantamento atual aponta.

Segundo o médico cirurgião plástico Dirceu Carvalho, que é especialista em tratar queimaduras corporais, em entrevista concedida à TV Paraíba, esse tipo de incidente acontece repetidamente pelo manuseio de álcool, que é utilizado nas residências para fazer fogo.

“Hoje se usa muito álcool domiciliar para fazer fogo, para poder cozinhar com ele. Acontece que o álcool quando você vai mexer com ele, se a garrafa está com pouco líquido, da metade para baixo, é o maior risco, porque qualquer fagulha prova uma explosão”, explicou.

O especialista ainda destacou que, como esse tipo de explosão acontece de forma muito rápida, pode abranger uma área muito grande do corpo, levando a altos índices de porcentagem de queimadura pelo corpo.

“Essa explosão, como ela é rápida e o calor muito grande, abrange uma área muito grande do corpo, e a queimadura em si geralmente é profunda, de segundo grau ou terceiro, a depender da intensidade do calor da explosão”, disse.

As queimaduras ocasionadas por explosões envolvendo álcool, como explica o médico, podem atingir mais de 50% do corpo, o que é considerado um ferimento muito grave e que requer tratamentos especiais.

Além disso, como a pele é um órgão fundamental para manter a temperatura corporal e também o nível de líquido no organismo, estando queimada, esses ferimentos prejudicam fortemente o funcionamento desses processos. De acordo com o médico, isso pode até afetar o funcionamento dos rins, fazendo com que pare de funcionar adequadamente.

Grávida tem 75% do corpo queimado tentando acender fogo com álcool, em Patos, na PB

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Grávida tem 75% do corpo queimado tentando acender fogo com álcool, em Patos, na PB

Grávida internada por ter mais de 70% do corpo queimado

 

Uma mulher grávida de quatro meses teve 75% do corpo queimado após utilizar álcool para cozinhar. O caso aconteceu no bairro Santo Antônio, em Patos, no Sertão da Paraíba, na terça-feira (29). A vítima tem 33 anos.

Também em entrevista à TV Cabo Branco nesta quarta-feira (30), o diretor do Hospital de Trauma de João Pessoa, que recebeu a paciente para realizar os tratamentos adequados, contou que ela segue internada em UTI,já passou por procedimentos específicos para tratar o problema, e atualmente respira com ajuda de aparelhos, além de se manter sedada continuamente e sob efeito de “analgesia constante”.

Uma ultrassonografia obstétrica foi feita para avaliar as condições do bebê e foi constatada a vitalidade do feto.

Quando o acidente aconteceu com a mulher, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) encontrou a vítima na rua gritando e com o corpo queimado. Os socorristas fizeram os primeiros socorros e a encaminharam inicialmente para uma Unidade de Referência para grávidas em Patos. Mas por conta da gravidade dos ferimentos causados pela explosão, ela precisou ser transferida para o Trauma de Campina Grande, no início da tarde. Chegando ao local, os médicos entenderam que ela precisava ser levada ao Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande.

A vítima, por não ter gás em casa, utilizava álcool para cozinhar e, quando estava manuseando o objeto com álcool, as chamas atingiram esse recipiente, que acabou explodindo e ferindo a vítima.

Ela foi levada para o Hospital de Trauma de Campina Grande, à época, e passou por uma cesariana para tentar salvar o bebê. No entanto, ela e o bebê acabaram morrendo.

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