O prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues defendeu que o seu partido, o PSDB, tenha candidatura própria em 2018. A tese, no entanto, pode estremecer a aliança com o PSD, do prefeito Luciano Cartaxo. Para o tucano, a união dos dois partidos em 2016, na capital, foi um erro.
“Em minha opinião, o PSDB estava agindo equivocadamente, inclusive aqui em João Pessoa nas eleições de 2016, pois poderia ter feito uma candidatura própria. O partido poderia ter aguçado o debate de candidatura própria dentro do partido e só depois ter discutido com Luciano, pois tinha cacife para isso”, afirmou Romero Rodrigues em entrevista à Rádio Correio SAT/98FM.
Romero acredita que vaidade na hora da escolha de um candidato pode atrapalhar o processo e enfraquecer tanto o PSDB quanto as alianças formadas pela legenda. “Tudo leva a crer que caso a oposição esteja unida, venceremos a eleição, mas temos que sentar todo mundo, desprendidos de vaidade e mostrar por A+B, o melhor caminho para o êxito nas eleições de 2018”, argumentou.
O gestor enfatizou, mais uma vez, o desejo de ser candidato ao governo do estado, mas ressaltou que não pode estar sozinho nessa decisão. “É o mesmo entusiasmo que me moveu a chegar à Prefeitura de Campina. Estou tentando cuidar do meu quintal, sem olhar para o do vizinho. Não posso ser candidato sozinho, candidato de mim mesmo, então, para isso, eu tenho que mostrar resultados e convencer a população acerca do meu projeto”, disse Romero Rodrigues.
Aliança da oposição
Mesmo assim, Romero Rodrigues não descartou a possibilidade da manutenção da aliança já firmada desde 2016. “Feliz da oposição que tem bons quadros. Imagine se só tivéssemos um nome à disposição? Quanto mais nomes, melhor para a oposição, agora não pode ser com cartilha pronta, tem que ser com debate, discutindo projetos, discutindo ações, a seleção do melhor nome para encabeçar nossa chapa”, revelou o tucano, Romero Rodrigues.
PSDB. Recentemente o prefeito de Campina Grande entrou em conflito de opiniões com membros de seu partido, que defendem a realização de pesquisas para a escolha do candidato que encabeçará a chapa em 2018, mas ressaltou que a pluralidade é importante para o partido. “Tenho escutado coisas muito positivas. Eu não estaria no PSDB se fosse proibido colocar uma opinião contraditória. Se não existisse divergências no nosso partido, não teria graça. Assim como existem divergências entre a imprensa, nos partidos políticos acontece da mesma forma”, disse o prefeito de Campina Grande.
Para convencer o seu partido e, consecutivamente, à aliança das oposições, sobre seu nome para encabeçar a chapa oposicionista em 2018, Romero destacou que a indicação do futuro candidato ao governo deve ser feita com argumentos.
“Eu acho que é mais fácil convencer com argumento e com consistência do que com alguém que não tenha substância, pode ver o histórico de minhas eleições, em todas fui bem sucedido com votações expressivas”, destacou Romero Rodrigues.
Racionamento
Sobre a polêmica do fim do racionamento de água em Campina Grande e região, o tucano destacou que não era contra o fim do racionamento, mas afirmou que os desperdícios que acontecem no percurso de Monteiro ao Açude Epitácio Pessoa são perigosos, deixando a população temerosa.
“O que falta hoje não é discutir o fim ou não do racionamento, mas sim a gestão dessa água que vem do Rio São Francisco. Há muito desperdício nesse trajeto que a água percorre, então por isso que, majoritariamente, a população é contra o fim do racionamento, pois há ainda o medo de acontecer novamente a falta d’água”, finalizou Romero Rodrigues.