– Sinceramente, o governador, ao insinuar nas entrelinhas suposta sabotagem no sistema de distribuição de água para a cidade, fala sobre um tema que não faz parte de nossa cultura política e naturalmente vamos botar a carapuça. Mas, a bem da verdade, esse tipo de prática que ele insinua fica bem a cargo de organizações criminosas, que não aplicam limites para seus maus feitos, como vem demonstrando no momento o Ministério Público e a Justiça em relação às atividades delituosas no alto escalão do Estado nesses últimos governos – atacou Romero Rodrigues.
Indignado, Romero destaca que, de sua parte, diante da responsabilidade e compromisso com o povo de Campina Grande, sua atitude foi, sim, propositiva, no sentido de somar aos esforços para que os problemas gerados pelo sucateamento da Cagepa fossem minimizados na cidade. Uma série de medidas, com base num decreto de calamidade pública, vêm sendo adotadas desde ontem, após se constatar que a empresa estatal sequer teve capacidade de implementar um plano de contingência. Destaca, ainda, contato pessoal, com o comando do Corpo de Bombeiros na cidade e com a gerência local da empresa, oferecendo apoio.
De acordo com Romero Rodrigues, João Azevedo, além de tudo, é mal informado. Lembra, por exemplo, que esse debate sobre a concessão da Cagepa para exploração dos serviços em Campina Grande teve início a partir de uma ação judicial movida pelo ex-prefeito Veneziano Vital do Rêgo, atual senador pelo PSB, partido de João Azevedo, em 2006. Na ocasião, a Justiça indeferiu o pedido, alegando que àquela altura ainda não tinha vencido o prazo da concessão, o que só veio a ocorrer em 2014, quando foram completados exatos 50 anos.
Para o prefeito, por fim, há uma imagem que considera simbólica em relação ao desleixo, negligência e pouco caso da Cagepa e do Governo do Estado em relação à Estação de Tratamento de Gravatá e à própria cidade de Campina Grande. Uma foto tirada após a explosão mostra que a pintura ainda existente no prédio data da primeira gestão do então governador Cássio Cunha Lima, em 2003, com a aplicação da marca institucional do governo do tucano. “Há mais de uma década, aquela estrutura tinha sido deixada ao Deus-dará”, lamenta Romero.
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