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Apenas 29 deputados entre os 66 integrantes titulares da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara declaram apoio aberto à reforma da Previdência no colegiado. A proposta está pronta para ser votada no colegiado. Outros 18 se dizem abertamente contrários ao texto, segundo enquete realizada pelo Poder360.

Há também 13 que preferem não declarar seu voto. A maior parte desse grupo é composta por integrantes do Centrão: DEM (2), PP (2), PSD (1), PRB (1), MDB (1) e PSDB (1). Além deles, há deputados “indecisos” do PDT (1), Podemos (2), Pros (1) e PSL (1).

Foram entrevistados nesta semana 60 dos 66 deputados titulares da CCJ. As entrevistas foram realizadas de 8 (2ª feira) a 12 (6ª feira) de abril de 2019.

Para aprovar a admissibilidade da reforma da Previdência na CCJ é necessário que, pelo menos, 50% mais 1 dos 66 integrantes titulares do colegiado estejam presentes à sessão –ou seja, 34. Com esse quorum mínimo atingido, basta ao governo maioria simples para vencer e aprovar o projeto.

Em teoria, portanto, está fácil para o Palácio do Planalto ganhar.

Chama a atenção, entretanto, que os partidos em teoria simpáticos ao governo e à reforma da Previdência tenham só 29 votos declarados publicamente a favor do projeto.

A esta altura, seria natural que 35 ou mais governistas da CCJ já falassem em público defendendo a admissibilidade do projeto. Mas não é o que se passa, como revela a enquete que acaba de ser realizada pelo Poder360. A seguir, 1 resumo dos dados obtidos:

Como se observa no infográfico acima, há até 1 deputado do PSL (partido de Jair Bolsonaro) que se declara indeciso na CCJ. Trata-se de Nicoletti (PSL-RR).

A enquete do Poder360 fez 4 perguntas aos deputados da CCJ. Para ter acesso à posição individual de cada 1 deles, clique nos links a seguir:

1) votará contra ou a favor da reforma da Previdência na CCJ?

2) acha necessário alterar algum trecho da proposta já na CCJ?

3) no caso do BPC (Benefício de Prestação Continuada), qual é sua opinião?

4) sobre o sistema de capitalização, como será seu voto?

ESTRATÉGIAS E PRAZOS

A oposição tentará na semana que vem obstruir a votação na CCJ. O objetivo dos partidos anti-Planalto é conseguir jogar a decisão para depois dos feriados da Semana Santa.

O Centrão –agrupamento de partidos de centro e de centro-direita– pressiona o governo para que antes da Previdência a Câmara vote a PEC (proposta de emenda constitucional) do chamado Orçamento impositivo.

O Palácio do Planalto deseja que a votação na CCJ seja na 3ª feira ou na 4ª feira (16 ou 17 de abril).

O presidente da comissão, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), havia afirmado na 5ª feira (11.abr) ao Poder360 que a tendência era pela inversão de pauta. Ou seja, colocaria em votação na CCJ a PEC do Orçamento antes de analisar a reforma da Previdência. Francischini também havia declarado, inclusive, que o governo não via problema nessa estratégia.

Um dia depois, na 6ª feira (12.abr), Francischini recuou. Afirmou que a Previdência continua como prioridade. Caso os deputados queiram inverter a ordem de votações precisarão apresentar 1 requerimento à Mesa Diretora do colegiado.

O relator do projeto, deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), deu 1 parecer favorável à medida em relação a sua constitucionalidade, ou seja, considera que nenhum trecho da proposta fere a Constituição. O relatório dá admissibilidade para a integralidade do texto.

A rigor, a votação da reforma da Previdência na CCJ é quase nada no processo de aprovação dessa emenda à Constituição. Trata-se apenas de uma chancela do colegiado dizendo “OK, o texto pode ser analisado pelos deputados”. Em teoria, essa é a fase mais fácil e trivial da tramitação do projeto –mas a conjuntura captada pela enquete do Poder360 indica que o Planalto enfrenta mais dificuldades do que seria usual.

É necessário considerar que os integrantes titulares da CCJ podem ser removidos da comissão e substituídos por outros deputados a qualquer tempo e hora. Quem decide sobre isso é o líder de cada partido. Basta 1 requerimento por escrito e entregue à direção da CCJ que a troca é efetuada imediatamente. Esse tipo de procedimento é considerado extremo, mas é uma possibilidade para os partidos governistas garantirem uma votação mais robusta a favor do Planalto.


Participaram da apuração dos dados desta reportagem: Tiago MaliPaulo Silva PintoDouglas PereiraCarolina CardosoCarlos LinsPaloma RodriguesNathalia PaseLauriberto BrasilMariana RibeiroLudmylla RochaAmanda CarvalhoSabrina FreireRafael BarbosaThais UmbelinoIghor NobregaLis CappiAmanda Gralha, Naum Carlos e Gabriel Ponte.

poder 360

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