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Foram necessários pouco mais de quatro minutos de conversa, em meio a contagem de cédulas que somam R$ 4 mil, para que a Polícia Civil da Paraíba tivesse indícios suficientes para prender em flagrante o prefeito do município de Bayeux, Berg Lima (Podemos – antigo PTN), suspeito de extorquir um fornecedor do executivo municipal.

A prisão ocorreu na tarde desta quarta-feira (5), em uma ação conjunta com Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), quando o prefeito deixava o escritório do empresário.

Segundo o delegado de Defraudações e Falsificações de João Pessoa, Lucas Sá, o empresário foi um colaborador premiado, já que partiu dele a iniciativa de denunciar que estava sendo pressionado pela gestão municipal.

Ainda conforme o delegado, o empresário afirmou que a propina era uma condição para que fosse efetuado o pagamento dos serviços legalmente prestados pela empresa.

“Não existia outra conduta pra ele. Ou pagava a propina ou ficava sem receber e fechava as suas empresas. Ele (o empresário) preferiu pagar, mas comunicar os fatos à polícia e possibilitar, então, a prisão do prefeito”, detalhou Lucas Sá.

Diante das denúncias, a ação em conjunto foi organizada para que a entrega do dinheiro fosse registrada pelo fornecedor. Nas imagens divulgadas pela Polícia Civil, o empresário aparece contando as notas, enquanto conversa com Berg Lima e pede que ele viabilize a liberação de empenhos.

“Me dê uma ‘brechinha’ para eu trabalhar, homem, eu estou precisando de fôlego”, disse.

Em outro momento da gravação, o prefeito pede para que o fornecedor coloque o dinheiro em um envelope e também liga para uma secretária municipal, solicitando que ela converse com o empresário para organizar a liberação dos empenhos.

Apesar da ligação, o delegado Lucas Sá informou que não há suspeita de envolvimento de outras pessoas no esquema criminoso.

Confira o vídeo que resultou na prisão do prefeito:

DESDOBRAMENTOS

Após a prisão, Berg Lima foi levado para a sede do Gaeco e, em seguida, encaminhado para a Central de Polícia de João Pessoa. Conforme o delegado, ele preferiu permanecer em silêncio e aguarda a realização de uma audiência de custódia.

O prefeito deve ser investigado pelos crimes de corrupção passiva e peculato. Se condenado, pode pegar até 24 anos de prisão.

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